Carros clássicos elétricos: é possível?

Um estudo realizado pela seguradora britânica Footman James, na Inglaterra, afirma que os carros clássicos causam menos impactos no meio ambiente do que carros modernos, inclusive os elétricos.

Segundo David Bond, diretor da empresa, ainda que os motores de carros antigos sejam mais poluentes e menos eficientes, esses veículos circulam muito menos do que carros modernos, mesmo com motores mais sustentáveis.

Por exemplo, um automóvel clássico mediano que circula no Reino Unido emite a cada ano cerca de 563kg de CO2 durante quase 2 mil quilômetros rodados. Ainda que modelos novos poluam menos, eles acabam emitindo mais CO2 justamente por circularem mais.

Portanto, no fim das contas, a forma como o veículo é usado é o que vai fazer a diferença na emissão de gases poluentes. É por isso que uma das tendências que estão surgindo no mercado é a conversão de carros clássicos em elétricos.

Benefícios dos carros elétricos

Estes são alguns dos benefícios de usar um carro elétrico antigo ou moderno:

• Menos poluentes: comparados aos modelos tradicionais, os carros elétricos emitem cerca de ⅓ do CO2 durante toda a sua vida útil;
• Abastecimento mais barato: a economia acontece porque a energia elétrica é significativamente mais barata do que combustíveis fósseis;
• Mais silenciosos: motores movidos a gasolina e outros combustíveis fósseis são mais barulhentos do que os elétricos, que praticamente não emitem som;
• Mais eficientes: durante a aceleração ou desaceleração, o motor elétrico consome energia de forma mais inteligente, chegando a 90% de eficiência, contra apenas 40% dos carros convencionais.

Convertendo seu clássico em elétrico

Converter um carro clássico em elétrico é uma ótima ideia quando analisamos o processo de produção dos carros elétricos modernos. De acordo com um relatório de 2021 do Conselho Internacional de Transporte Limpo, na Europa, a fabricação de um veículo elétrico gera duas toneladas métricas a mais de CO2 que um carro tradicional.

Logo, a conversão de um veículo preexistente – clássico ou não – em elétrico acaba sendo uma excelente maneira de aproveitar os recursos com mais eficiência. Para isso, em muitos casos, o motor de combustão é substituído pelo seu próprio trem de força elétrico.

Essa é uma tendência que está crescendo devido às preocupações ambientais e aos investimentos de capital em empresas de conversão tecnológicas, como a Green Shed Conversions (Flórida) e a OZ Motors (Japão).

FTe: o Fusca elétrico da Fueltech

No Brasil, um dos maiores exemplos – senão o maior – de carros clássicos elétricos é o FTe, modelo elétrico fruto de uma parceria entre a Fueltech, empresa de injeções eletrônicas, e a Weg, fabricante de motores elétricos.

A proposta das empresas era criar um kit que convertesse motores a combustão em elétricos, usando o Fusca como cobaia para a experiência. E deu certo: o VW pode rodar até 150km sem a necessidade de carga.

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